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terça-feira, 23 de novembro de 2010

Falar

Dizes-me em que foste pensar?
Em que sentis-te teu coração?
Era quente sem ter de descongelar?
Como a qualquer outra paixão

Eu aluguei o meu coração,
Como alguém aluga uma casa a um desconhecido.
Agora entra e decora a recordação
De outros tempos que já tenhas esquecido.

Para mim que desta casa sou senhorio
O preço que cobro é a felicidade
Para que nunca mais habites nesse lugar sombrio
Que alguém te fez sentir como tua, essa herdade

Sei quem sou, sempre quis jogar,
Mas nunca quis perder, sempre quis ir,
Sem nunca querer para sempre abalar
Mas fui quem falou e tu não quiseste ouvir.

Que disse?

Houve em tempos passados
Quando a minha querida
esteve em meus braços
reflectia uma nuvem esbranquiçada

Que ninguém via, se não apenas meu coração.
Mas no entanto ele batia
Então, mas o amor segue noutra direcção?
Lembra-te do passado em que já se fazia

Sentir a presença desse pensamento.
E agora sei quando me atingio
o coração com esse encantamento
Tão belo brilhante, embora falso e tão sombrio.

Ela ri da minha tristeza
Vive por uma falsa felicidade
Sentirá uma enorme surpresa
Ao compreender a sua verdadeira realidade

De sua vida injusta
Que ela ainda a escolhe mas incerta
Do que faz, não consegue saber o quanto custa
A factura da verdade que tanto a aperta

No intimo do seu pequeno coração
Seu amor é cego, sem sentido
Procura encontrar no escuro a razão.
Do seu viver, do seu amar, o porquê de ter existido

Sem explicação me deixas-te, em pensar
Do que fomos capazes
De juntos um dia partilhar
o motivo para nunca mais fazer-mos as pazes.

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