Pesquisar neste blogue

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Barcassa

Um barco há deriva,
neste mar sem...
outra navegação, que derive
de um porto mais além...


embarcação pré-destinada
ao final prepositado e, derradeiro.
prestigiada nave, mal-fadada,
que abriga o Homem, que a esculpio em naval estaleiro.


dentro dela a vida segue.
por mais que se trabalhe, nada se consegue.
O Almirante da grande barcassa,
grita, sinaliza e impõe, que um barco celestial nos persegue.


Mas eu, no interior da barca,
questiono o mordomo, que de filosofo vestido,
me responde: "Aqui a intelegencia e parca.
deste barco, qualquer um se quer evadido"


para mim, o que nos segue nos ceus,
são nuvens fugazes...
são filhas da agua, e agora cobrem o ar, em véus
alvos e calmos e, inspiram a poesia dos mais aúdazes.


A minha camisa tem botões de mola,
desaperto-a... tiro a cartola e esqueço a pistola.
aproximo-me da borda d'água, pedindo de peito nu, a liberdade por esmola.
olho o mar revolto e temeroso,
que traz o sal numa aragem purificadora,
nasce no meu peito nu, um amor fervoroso
pela mãe das ondasda metáfora.


escrever o mundo numa folha de papel,
já nada é belo, nem iluminante.
impossivel entender o significado desta torre de babel,
fáz de mim um ser pensado, num ser errante.


vai!
dizem, aqueles que se dizem sabios ser.
sabios, homens que dizem;
homens que escolheram; homens que te mandaram
a ti, servil ser, como um págem.
homens que definem quem é bom;quem é mau.
são eles que nos dizem quem nós somos,
sao eles que nos dizem para assim perecer-mos nesta Náu.
Homens que nos compram, e vendem sem preço nem apreço...
Homens que à bord'água me vêm enquanto me descalço...

Homem era aquele que me deu um Deus
Humana, foi a espécie que, liberdade sobre mim, aos demónios autorgou,
Quando o solo fértil não bastava, foi num banco que me sentaram , o dos Réus...

Homem que se exalta,
enquanto salto com os pés.
Barcaça, sei que não te faço falta,
Não me sigas, agora que livre abandono o teu convés.

Nu, subo ao céu,
livre, sem prisões,
de corpo ao léu,
sigo, rumo ao fim destas divagações.

Sem comentários:

Enviar um comentário